Eu tava feliz e fiquei triste.

Escrito em: 14 de Maio de Dois Mil e Dezenove.


Eu estava muito feliz. Por muitos dias.
Eu deveria ter imaginado que a tristeza viria assim, em uma tarde de terça-feira logo depois do almoço. Eu não a convidei pra entrar, eu não a chamei de amiga, eu não pedi pra que sentasse no meu sofá reformado, cheio de novas esperanças.
O forro é novo, doei o velho junto com alguns hábitos ruins que eu tinha.
Acumulei histórias e teci uma coberta, que eu usava pra me cobrir de vítima em momentos oportunos. Tudo foi doado, estava lidando com o frescor da libertação.
Não gosto quando eu procuro e acho, mas detesto ainda mais quando não procuro e a informação que eu não quero, dá um jeito de me achar.
São coisas pequenas que ainda me derrubam, que ainda martelam meu coração recém colado. Tudo ainda é frágil e inconstante. Tenho aprendido a viver um dia de cada vez e hoje eu só quero que acabe. Vou me esconder nesse blog até a hora de ir pra casa, vou ouvir a playlist mais triste do meu perfil no spotify, vou chegar no meu casulo, assistir o conteúdo mais fútil da TV, abraçar todos os meus gatos, desligar minha internet e me desligar junto. Eu não quero nenhum tipo de contato, não mais. Não hoje. Eu tava feliz e a tristeza bateu na minha porta. Eu tava feliz e me lembrei que as pessoas não se importam com o sentimento alheio, desde que o ego delas esteja bem inflado, tá tudo certo.
Posso estar fazendo a velha tempestade em copo d'água, mas isso eu só vou descobrir amanhã.
Dizem que é necessário desabafar em um pedaço de papel, reservar (tal qual uma receita de pão), e ler no dia seguinte; se os lamentos ainda forem válidos. Encare-os. Se eles não fizerem mais sentido algum, ria deles.

Bom, amanhã volto aqui, pra saber se tenho uma nova lição ou uma nova piada.

Comentários

Postagens mais visitadas