Vermelho escarlate


Escrito em: 28 de Abril de Dois Mil e Dezenove.

Vermelho escarlate que sai da minha garganta,
lava o medo que sinto da morte.
Não sinto raiva e nem receio por aqueles que estão perto de mim, todos ficarão bem.
Sou altamente substituível e não me arrependo de ter me dedicado tanto pra aqueles que me deram pouco. As coisas são como são.
Vejo na mistura com sangue, um alívio. Não precisarei mais me esforçar pra ser querida.
Todos viram pessoas incríveis quando morrem.
Talvez eu não morra, mas sinto que isso me deu mais coragem pra não me importar com o restante. Eu ando muito cansada de tudo e de todos.
Nada parece agradar aqueles que eu amo, eu só queria ficar deitada no escuro e esquecer.
Talvez, a depressão esteja voltando.
Mas ouvi dizer que minha terapia não funciona de nada, acho que estou quebrada e não é só uma rachadura. Meu caso é perda total, analista nenhum dá jeito.
Me doeu ver que o progresso que achei que tivesse feito, não foi nada.
Achei que eu era uma pessoa mais calma e mais firme, mas continuo essa pessoa, incrivelmente, frágil.
Todos me ferem a alma e o sangue é a prova.
Estou ferida por dentro.
E nem é uma metáfora. 

Comentários

Postagens mais visitadas